quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO ARARI

Foi no bispado do Frei Caetano Brandão no ano de 1747, que a Paróquia de Nossa Senhora da conceição de Cachoeira foi criada numa confortável fazenda do capitão mor André Fernandes Gavinho, à margem esquerda do Rio Ararí. Para que a Paróquia pudesse se desenvolver e crescer com suas atividade de fato, o povo teve que lutar para vencer com paciência e tenacidade os obstáculos da renitente e obstinada recusa do proprietário da época, até conseguir a permissão para erguer uma pequena capela nas margens do Rio Ararí, Estes acontecimento ocorreram no período de 1760 a 1790.
A permissão restrita por parte do proprietário, autorizava a construção da capela, mas a frequência do povo só era permitida aos domingos nos dias santificados e nas festas dos padroeiros, durantes as cerimônias religiosas, pois até então era uma paróquia sem povoado. Com a criação da vila em (1833), a paróquia desenvolvia - se, a vida religiosa dos habitantes foi tornando-se livre do arbítrio do poder, conquistando espanco e desenvolvendo-se com fé e trabalho.
Até 1888, a então pacata vila de Cachoeira estava acostumada, anualmente a reverencia à Nossa Senhora da Conceição padroeira do lugar, no mês de dezembro, e São Sebastião em janeiro, numa manifestação profana religiosa. Em 1889, a paróquia de nossa senhora da conceição de Cachoeira, dirigida pelos pastores da época, ouviram os apelos da comunidade e juntos prepararam todos os programas, para que no ano seguinte (1890) fosse realizada uma grande procissão que passaria a denominar-se Círio, bem ao modelo do grande prestigio que ocorre em Belém, o Círio de Nossa senhora de Nazaré.
Numa manhã do terceiro domingo de dezembro do ano de 1890, foi realizado o primeiro círio em louvor á nossa Senhora de Nazaré. A grande manifestação inicial teve como local de saída à velha Intendência Municipal no bairro de Petrópolis, berço do inicio da cidade até a igreja matriz tudo sob a organização da comissão de leigos com o apoio vigário da época.

Enfrentando dificuldades da ocasião, organizadores, diretorias e vigários, tudo fizeram para que as festas se transformou na maior festa religiosa do município.

Eis alguns aspectos importantes do Círio de Nossa Senhora: A partir do ano de 1893, passa a fazer parte do cortejo do círio homens montados a cavalo, com trajes típicos da época, quase sempre fazendeiros, criadores e vaqueiros vindos de várias localidades da região (fazendas) e também da cidade para acompanharem o Círio e agradecer as bênçãos e graças recebidas, e após a chegada do Círio na Igreja da Matriz, realizavam provas de velocidade com cavalos (corrida). Aproximadamente em 1935, foi confeccionado o Carro dos milagres, pelo artesão Raul de Jesus Nascimento, uma réplica do usado em Belém, era presidente da festa neste ano o Sr. Firmino José de Leão Júnior (Finoca).

BEIJU DE FARINHA



RECEITA DE BEIJU - Beiju de Macaxeira (Porções para 40 bejus)

Sabedores que este alimento é proveniente dos índios, que já utilizavam como forma de alimento e até servido em desjejum, sendo assim uma rica história que foi passando de pai pra filho até os dias atuais, este alimento ainda vem sendo discutido para que seja implantado na Merenda escolar das regiões locais.


5kg de Macaxeira Ralada
10 cocos ralados
2kg de açúcar
1kg de manteiga
Sal a gosto


Misturar todos os ingredientes e assar sobre chapa quente.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dalcídio Jurandir – Obra Prima Marajoara De Pontas de Pedras à Cachoeira do Arari



Dalcídio Jurandir (1909/1979) - Romancista nascido na cidade de Ponta de Pedras, na ilha do Marajó, e criado no município marajoara de Cachoeira do Ararí, na Av. Cel. Bento Miranda, Bairro de Petrópolis (hoje já modificada), escreveu a maior saga romanesca da literatura amazônica - o ciclo Extremo Norte. Seus romances, quase todos ambientados na Amazônia, tem a cor e o cheiro da região, pronunciados por um dos textos mais bonitos que brotaram nesta terra. Morreu em 1979, é considerado o maior romancista de toda a literatura amazônica. É autor de Chove nos Campos de Cachoeira, Marajó, Três Casas e um Rio, Belém do Grão-Pará, Passagem dos Inocentes, Ponte do Galo, Primeira Manhã, Os Habitantes, Chão dos Lobos e Ribanceira, obras que compõem o ciclo Extremo-Norte, e do romance operário Linha do Parque. Suas obras sempre contaram com uma péssima distribuição nacional. As editoras nunca tiveram preocupação com o planejamento de novas edições, por isso, sem nenhum título nas prateleiras, um dos expoentes da segunda fase modernista foi condenado ao ostracismo. Dalcídio virou coqueluche entre os intelectuais após o I Colóquio realizado na Ilha de Marajó, em 2002. Depois disso, muitas teses e dissertações, de diversas partes do Brasil, brotaram nas universidades brasileiras. Um dos principais responsáveis por essa difusão foi o Dr. Günter Carll Pressler, alemão radicado em Belém. Foi sua à idealização do I Colóquio. Em 2003, Ruy Pereira, sobrinho do escritor, fundou o Instituto Dalcídio Jurandir no Rio de Janeiro, destinado a resguardar e tirar do limbo a grande obra dalcidiana.
À noite em Cachoeira, sobre os campos queimados também se queima e perde a paz. Alfredo tem um sono como aqueles campos ardendo, como aquela noite queimada. E quando o vento cresce sobre os campos ouve-se no chalé o gemido da terra e da noite que o fogo queimou.
Alfredo ergue-se e olha de novo. Os campos se queimam, mas em janeiro as grandes chuvas lavam a marca do fogo.
Os campos ficam verdes e se deixam depois ficar dentro d’água e os mururés florescem entre os peixes”. (edição critica de Chove nos campos de Cachoeira/Rosa Assis – Belém – UNAMA – 1988).


“Quando eu morrer levem-me para Cachoeira, enterrem-me debaixo da folha miúda (a minha árvore, de fronte do chalé, toda a minha infância). Quero ficar ali, perto do rio e perto de casa, debaixo daquela sombra, entre ao ninhos e as estrelas.
Parece que todos os meus sonhos ficaram pendurados naqueles ramos, todo o meu primeiro deslumbramento. Eis porque minha saudade me faz ter esse desejo romântico ...”

Dalcídio Jurandir, setembro de 1932

TRABALHADOR RURAL – HISTÓRIA E LUTA/COSTUMES E TRAJES



O vaqueiro é um excelente profissional porque aprende a arte desde criança, tendo assim à possibilidade de desenvolver a suas capacidade aos poucos, de forma instintiva. O vaqueiro não só é um mestre montando o cavalo em situações dificílimas, no alagado e na terroada, mas também um craque no artesanato do couro, preparando ele mesmo nas noites de inverno e nas horas de folga os seus apetrechos, caprichando à vontade.

A profissão de vaqueiro para os ingênuos pode parecer uma moleza, coisa de analfabeto rude. Pelo contrário, exige uma afinação muito grande de todos os sentidos que lhe permita reconhecer as rezes que para os profanos são todas iguais, os sintomas das doenças, o rastro do animal na terroada, manejar os apetrechos da profissão com grande habilidade e sobretudo montar com mestria, fazendo do cavalo o seu mais precioso colaborador.

A baeta era o elemento característico do vaqueiro marajoara: uma capa muito simples, de feltro vermelho que vinha do sul, feita na medida para a nossa terra. Na chuva era uma maravilha: o caboclo por baixo ficava bem quentinho, sempre com uma grande liberdade de movimentos. Para completar o figurino, na cabeça sempre o chapéu de palha, com um galho de erva cheirosa por dentro

Até uns anos atrás a situação social do vaqueiro era bastante precária, porque a maioria deles não tinha carteira assinada e recebia o pagamento com o rancho cada mês. Não necessariamente era uma situação ruim, dependia do dono que de fato podia tratá-lo como um membro da família em caso de doença ou como o escravo. Sempre, porém ele estava numa situação crítica e arriscada, na incômoda situação de quem não pode dispor de dinheiro para as suas necessidades. Agora o vaqueiro conhece os seus direitos, apesar de que às vezes ele fique vítima de padrinhos que o exploram em lugar de defendê-lo.

O vaqueiro à moda antiga pertencia não somente a outra geração e sim a outra época. O relacionamento dono-vaqueiro, vaqueiro cidade (podemos bem dizer, o resto do mundo) eram substancialmente diferentes filhos de vaqueiro era vaqueiro, eram poucos os que conseguiam libertar-se da cerca que prendia bichos e homens, faltando o aliciamento das chamadas da TV, vivia preso pelo serviço, o conhecimento profundo da natureza enchia o vácuo das informações externas, para voar mais alto recorria à ajuda dos seus duendes preferidos, como cabocla Mariana, custódio da boa vista e concluía satisfeito; “mais do que Deus, ninguém!”.
O vaqueiro era um homem isolado fisicamente pelas grandes distancias e espiritualmente pela falta de meios de comunicação. O programa de rádio alô, alô interior (AM) era uma rede que unia todos os que moravam nos campos e na cidade. Ocasionalmente as festas, sobretudo as religiosas, conseguiam reunir todo mundo, com muita amizade e cerveja... natural!
Hoje, vaqueiro tem até procissão, com o Padroeiro dos Vaqueiros, São Sebastião é homenageado no dia 20 pela manhã, com peregrinação montada pelas rua da cidade, já tradicional que vem ganhando espaço e força para um procissão cada vez com mais adeptos. E um dia antes (19) ocorre a famosa corrida de cavalo marajoara, com os autênticos vaqueiros que vem representar as fazendas que trabalham, disputando velocidade e tiração de argolinha.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Formação Cultural da Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari



Pesquisa realizada por: Karina Paraense
(Pedagoga, licenciada pela Universidade Estadual Vale do Acaraú)


Percebe-se desde o homem primitivo até a atualidade, a ânsia que ele tem em alimentar e cuidar da alma, além de temer e respeitar, sem muitas vezes saber direito a quem ou a que.
  A pesquisa realizada refere-se a um culto com rituais impregnados de fé, temor e misticismo, além de diversos momentos profanos.
Fala-se da “Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari” na Ilha de Marajó a qual vem aumentando cada vez mais o seu número de participantes.
Entre as diversas manifestações culturais do Estado do Pará, a Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari é sem dúvida uma das mais prestigiadas e tradicionais que tem origem bastante remota e sobrevive até os dias de hoje.
 Dada esse prestígio é que, de acordo com a Lei N° 7. 377 artigos 1°, de seis de janeiro de 2010 a festividade é declarada como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará.  A referida lei entrou em vigor a partir da data de sua publicação (Palácio do Governo- Ana Julia Carepa- Governadora do Estado). 
  Apesar de terem sido feitas diversas pesquisas sobre a festividade e a mesma ser divulgada dentro e fora do país, poucos tem um conhecimento profundo da origem da festa.
  O objetivo deste trabalho foi pesquisar a formação cultural da Festividade do Glorioso São Sebastião, pesquisando a origem da festa, a estrutura organizacional e econômica, além da estrutura que a cidade oferece aos visitantes durante o período da festa.
  Para isso contamos com depoimentos de antigos moradores da cidade, pesquisas de campo, leituras de artigos, livros, etc.
  Antes de entrar no tema propriamente dito, falaremos um pouco do homem que virou santo e hoje é venerado em diversas partes do mundo inclusive em Cachoeira do Arari, onde é cultuado, venerado e temido.
  Sebastião nasceu na pequena cidade de Narbona, sul da França e cresceu em Milão (Itália). Sebastião ficou órfão de pai ainda pequeno e teve uma boa educação religiosa através de sua mãe. O jovem Sebastião tornou-se soldado e foi nomeado comandante da guarda pessoal do imperador romano. Nessa época os cristãos eram perseguidos e martirizados por professar a fé em Deus.

Confira a pesquisa completa, faça o download do arquivo em PDF. 

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“Faço das palavras do saudoso Julio Tavares, filho de Cachoeira, músico e escritor, minhas palavras, ao escrever a última frase de seu livro, Ferra nas Fazendas”:  “QUEM NÃO TEM HISTÓRIA, NÃO TEM PASSADO, NÃO ESTÁ PRESENTE”

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